quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Oficíos do passado...

Na sequência do estudo dos ofícios medievais, propus aos meus alunos do 5º ano de História e Geografia de Portugal um trabalho de recolha de relatos de memórias de profissões. A título ilustrativo, registo algumas produções:
ENTREVISTA
Para este trabalho entrevistei a minha avó Maria de 65 anos sobre a profissão do seu avô materno que era “carreiro”.
- Então o seu avô era “carreiro”. E o que fazia um “carreiro”?
- Sim era. Um “carreiro”era uma pessoa que tinha uma parelha de bois, um carro próprio, e que fazia transportes para outras pessoas.
- Como assim?
- As pessoas alugavam o carro para irem buscar mercadorias, encomendas, a outras terras.
- Então era uma espécie de táxi antigo. Isso já foi há muito tempo?
- Sim. Já há 60 ou 70 anos atrás, quando ainda não havia estradas, e carros quase nenhuns.
- Quem é que alugava estes serviços?
- Eram sobretudo comerciantes da vila de Alijó, para ir buscar as mercadorias ao apeadeiro de S.Mamede-Tua.
- Porquê a S. Mamede-Tua?
- Porque as mercadorias eram despachadas de comboio e o apeadeiro de S. Mamede-Tua era o mais perto.
- Acha que esta profissão tinha riscos?
- Sim, corria o risco de ser assaltado e muitas noites dormia pelo caminho. E apanhar frio e chuva-
- Muito obrigado.

FRANCISCO SOUSA Nº 8 – 5 B - Granja

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Energias Renováveis e Não Renováveis

Portugal em 2100



A nível de exemplo, Portugal ficaria com o aspecto que se pode observar no mapa.

A serra da Arrábida ficaria reduzida a uma ilha e o estuário do Tejo trasnformar-se-ia numa enorme baía bastante recortada, engolindo parte da capital e outras cidades da margem sul do Tejo e Alentejo.

A região da Estremadura e a cidade de Santarém também desapareceriam por completo, assim como a Orla Mezocenozoica Ocidental, ficando o Maciço Calcário Estremenho (limite oeste da Estremadura) a constituir-se como uma ilha alongada e bastante recortada no sentido sudoeste-nordeste. Outras regiões costeiras como o Algarve e a região de Aveiro seriam também devoradas pelo Atlântico.

A catástrofe reduziria o país a menos de um terço. Fácil nos será concluir que ficaremos infinitamente mais pobres tanto do ponto de vista territorial como ambiental.

Compete-nos lutar de unhas e dentes contra o aquecimento global cientes de que cada simples gesto do nosso quotidiano contará para reduzirmos consideravelmente a catástrofe que se avizinha.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008



O inquérito realizado nas turmas de 10º, 11º e 12º anos confirmou a preocupação da comunidade escolar sobre o tema da tuberculose.
Por esse motivo fomos ouvir o Director do Centro de Saúde de Alijó, Dr. Amauri Martins.



1ª- Gostaríamos de saber por que razão tendo a tuberculose praticamente desaparecido, surgiram estes casos na nossa escola.

Eu diria que a tuberculose não desapareceu, provavelmente anda escondida. Continua a ser uma doença que preocupa os Serviços de Saúde em todo o mundo uma vez que, apesar de ter diminuido a taxa de incidência (aparecimento de novos casos) e a taxa de prevalência (manifestação da doença), continua a ser a doença que mais pessoas mata, o que representa 3 milhões de mortes por ano em todo o mundo, 98% das quais em países em vias de desenvolvimento.
Por este motivo, a Organização Mundial de Saúde (O.M.S.) declarou em Abril de 1993 a Tuberculose como “Emergência Mundial” com uma dotação orçamental de 16 milhões de dólares/ano (cobre 60% da população mundial – Portugal incluído).
Portugal está entre os países com maior incidência (distritos mais afectados: Lisboa, Porto e Setubal) e prevalência desta doença (é o de maior incidência dentro da União Europeia). É preciso não escamotear estes dados, mas também não é necessário dramatizá-los. Ela está aí, a maior parte das vezes escondida. É necessário conhecê-la, preveni-la e tratar convenientemente quem necessita ser tratado.

2ª – Considera preocupante esta situação ?

Mais do que considerar preocupante esta situação, não posso deixar de me preocupar como médico com esta situação. Não estarei tão angustiado por que conheço o problema e lido com ele profissionalmente há trinta anos; obviamente sentir-me-ei mais descansado quando todos os doentes envolvidos estiverem curados da doença mas, pelas razões que expus no último parágrafo da resposta anterior, terei que continuar atento.

3ª – Por que motivo a mesma pessoa pode não ter reacção ao teste da tuberculose e passado algum tempo, já a ter ?

Para falar disto é necessário explicar o que é isso do teste da tuberculose. O Teste de Sensibilidade Cutânea (TSC) vulgarmente conhecido como teste de Mantoux.
O TSC é o método standard para determinar se uma pessoa está infectada ou não com a Mycobacterium tuberculosis. Uma correcta administração e leitura do teste requer procedimentos standardizados, treino, supervisão e práctica.
O TSC é realizado injectando 0,1ml de um derivado proteico purificado de tuberculina, na face anterior do antebraço e obedece a critérios que, a não serem cumpridos, poderão por em causa a correcta leitura dos resultados.
A reacção na pele deverá ser lida entre as 48 e as 72 horas após a injecção. A interpretação do teste na pele depende de alguns factores:
A induração medida em milímetros, o risco da pessoa estar infectada.
Ou de resultados falsamente positivos que acontecem:
Na infecção por mycobacteria não tuberculosa, na vacinação prévia com BCG, na incorrecta administração do TSC, na incorrecta interpretação da reacção, no uso incorrecto do produto utilizado.
Ou ainda de falsos negativos que sucedem em algumas pessoas que não reagem ao TSC apesar de poderem estar infectados pela M. tuberculosis e que, para além dos três últimos anteriores, incluem:
Anergia cutânea (anergia é a incapacidade de reacção da pele por fraqueza do sistema imunitário), infecção recente por M. tuberculosis (exposição há 8 - 10 semanas), infecção tuberculosa antiga (muitos anos), idade inferior a 6 meses, vacinação recente (por exº. sarampo e varíola), algumas doenças víricas prévias (por exº.sarampo e varicela).




4ª – Quem não tem qualquer reacção está totalmente livre de contágio ?


De modo algum! Quem nessas circunstâncias se encontrar, até prova em contrário não estará imunizado para a doença, pelo que deve ser vacinado (a eficácia da vacina ronda os 96%).


5ª – O tratamento desta doença é igual em todos os casos ?
Não. Nós tratamos doentes, não doenças. Aquilo que é verdade para um doente, pode não ser para outro que esteja ao lado (nem que esse outro seja irmão gémeo do primeiro!). É preciso dizer todavia que o tratamento apesar de alguns efeitos secundários desagradáveis, é fácil de fazer, é eficaz na quase totalidade dos casos, permite ao doente que dez dias após o seu início deixe de transmitir a doença (no caso da única forma contagiosa da doença que é a tuberculose pulmonar activa), deve durar no mínimo seis meses e é completamente gratuito.


6ª – A tuberculose é transmissível através da água das piscinas ?

Não. A única forma de transmissão da tuberculose é a pulmonar, através dos milhões de bacilos em suspensão no ar depois de um acesso de tosse ou espirro (via oral-oral), particularmente em ambientes pouco arejados e espaços demasiado confinados.

7ª – O tabaco pode potenciar o aparecimento da tuberculose ?

Ao interferir no sistema imunitário dos fumadores diminuindo as suas defesas, o tabaco é obviamente um factor potenciador do aparecimento da tuberculose.

8ª – Gostaríamos também de saber se existem consultas de Planeamento Familiar no nosso concelho e se os jovens têm acesso a elas.

Por definição, a consulta de Planeamento Familiar (PF) abrange os casais em idade fértil ou seja dos 15 aos 49 anos. Essa consulta existe no Centro de Saúde de Alijó, é completamente isenta de qualquer taxa moderadora e está aberta a todos os jovens que a ela queiram ter acesso. Por que conhecemos a realidade local, por que vivemos numa sociedade ainda arreigada a determinados preconceitos, por que aceitamos que os jovens (particularmente as jovens) tenham por isso alguma inibição em frequentar especificamente esta consulta, aceitamos a possibilidade de, num futuro próximo sermos capazes de organizar – à imagem do já se faz em Vila Real e outros locais – uma consulta específica para jovens que permita a abordagem de todos os temas que os preocupam em relação à sua saúde, incluindo obviamente o PF.


9ª – Se tivesse essa possibilidade, o que mudaria na Saúde do nosso concelho?

Apesar de ser possível (e ainda haver) muita coisa para fazer nessa matéria, eu gostaria mesmo que, nos saísse o Euromilhões! Digo isto por que, sendo um dos objectivos da saúde para todos adjectivado com pompa e circunstância na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde em Alma Ata URSS a 6 de Setembro de 1978, está ainda hoje muito longe de concretização por que a saúde, cada vez menos depende apenas dos que nela trabalham, tal como referenciam alguns dos princípios da referida conferência que tomo a liberdade de reproduzir:

A Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, reunida em Alma-Ata aos doze dias do mês de Setembro de mil novecentos e setenta e oito, expressando a necessidade de acção urgente de todos os governos, de todos os que trabalham nos campos da saúde e do desenvolvimento e da comunidade mundial para promover a saúde de todos os povos do mundo, formulou a seguinte declaração:
I) A Conferência enfatiza que a saúde - estado de completo bem- estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade - é um direito humano fundamental, e que a consecução do mais alto nível possível de saúde é a mais
importante meta social mundial, cuja realização requer a acção de muitos outros sectores sociais e económicos, além do sector saúde.
II) A chocante desigualdade existente no estado de saúde dos povos, particularmente entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, assim como dentro dos países, é política, social e economicamente inaceitável e constitui, por isso, objecto da preocupação comum de todos os países.
III) O desenvolvimento económico e social baseado numa ordem económica internacional é de importância fundamental para a mais plena realização da meta de Saúde para Todos no Ano 2000 e para a redução da lacuna existente entre o estado de saúde dos países em desenvolvimento e o dos desenvolvidos. A promoção e protecção da saúde dos povos é essencial para o contínuo desenvolvimento económico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz mundial.


De 1978 até agora…o que mudou?
Obrigado pelo vosso interesse e participação!


Sr.Doutor, agradecemos muito a sua disponibilidade e os esclarecimentos que nos proporcionou.
Muito obrigada pela forma tão simpática como nos recebeu!

Alijó, 12 de Fevereiro de 2008

Turma 12º B






















quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Inquérito sobre a situação da tuberculose na nossa escola

A comunidade escolar tem estado a viver uma situação preocupante, motivada pelos casos de tuberculose surgidos e pelas acções de rastreio a seguir desenvolvidas.
Por esse motivo realizámos um pequeno inquérito aos alunos das turmas de 10º, 11º e 12º anos .
Neste inquérito procurámos saber a opinião dos alunos sobre o assunto e se este problema tinha tido repercussões relativamente aos seus hábitos, nomeadamente o consumo de tabaco.
A turma do 11º B
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